Cingapura prende acusados de contrabandear chips Nvidia para a DeepSeek

Autoridades cingapurianas indiciaram três pessoas sob acusação de fraude em um caso ligado ao contrabando de chips de alta performance da Nvidia para a China, possivelmente destinados à start-up de IA DeepSeek.

A imprensa local reportou que os indivíduos teriam tentado exportar ilegalmente unidades avançadas de GPUs Nvidia A100/H100 – componentes cruciais para treinar grandes modelos de linguagem – burlando restrições de comércio.

Os suspeitos, todos de nacionalidade chinesa, foram detidos em operações separadas no aeroporto de Changi e em depósitos na cidade-Estado.

De acordo com a acusação formal divulgada em Cingapura, os três réus usaram documentos falsos e empresas de fachada para mascarar a destinação final dos semicondutores de alto desempenho.

Os lotes de chips, avaliados em milhões de dólares, teriam como destino laboratórios associados à DeepSeek na China continental, segundo investigações preliminares.

Essa tentativa de evasão ocorreu em meio a rígidos controles de exportação impostos pelos EUA e por seus aliados sobre tecnologia sensível de IA, especialmente após sanções limitarem o acesso chinês a hardware de ponta.

As autoridades cingapurianas informaram que cooperaram com agências internacionais para desmantelar a rede de tráfico tecnológico.

O incidente lança luz sobre a corrida por hardware de IA nos bastidores. A DeepSeek, cujo modelo R1 chamou atenção global no início do ano, demanda vasto poder computacional para treinar e operar suas redes neurais.

Com as restrições de exportação americanas, inclusive a proibição de venda dos chips Nvidia A100 e H100 à China, tem havido relatos de intermediários e contrabandistas tentando suprir a demanda chinesa por vias alternativas.

Recentemente, Washington endureceu as medidas, exigindo licenças especiais para vendas de GPUs de IA para a China, o que elevou os preços no mercado cinza e estimulou arriscadas operações ilegais.

As prisões em Cingapura sinalizam a disposição dos governos regionais em coibir esse comércio ilícito. Observadores apontam que casos como este aumentam as tensões tecnológicas entre Oriente e Ocidente.

A DeepSeek negou envolvimento direto, afirmando desconhecer qualquer esforço ilegal para obtenção de hardware em seu nome. Ainda assim, o episódio evidencia os obstáculos que a empresa e outras start-ups chinesas de IA enfrentam para contornar o cerco tecnológico e obter os recursos computacionais necessários para competir na vanguarda da inteligência artificial.

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